Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti
(Bezerra de Menezes)
Nasceu em Riacho do
Sangue, CE (atual Jaguaretama) , em 29 de agosto de 1831 — Rio de Janeiro, RJ,
e desencarnou em 11 de abril de 1900), mais conhecido apenas como Bezerra de
Menezes, foi um médico, militar, escritor, jornalista, político, filantropo e
expoente da Doutrina Espírita. Conhecido também como O Kardec Brasileiro e O
Médico dos Pobres.
Descendente de antiga família de fazendeiros de criação,
ligada à política e ao militarismo na Província do Ceará, era filho de Antônio
Bezerra de Menezes (tenente-coronel da Guarda Nacional) e de Fabiana de Jesus
Maria Bezerra.¹
Em 1838, aos sete anos de idade, ingressou na escola pública
da Vila do Frade (adjacente ao Riacho do Sangue, atual Jaguaretama) onde, em
dez meses, aprendeu os princípios da educação elementar.²
Em 1842, como consequência de perseguições políticas e
dificuldades financeiras, a sua família mudou-se para a antiga vila de
Maioridade (serra do Martins), no Rio Grande do Norte, onde o jovem, então com
onze anos de idade, foi matriculado na aula pública de latim. Em dois anos já
substituía o professor em classe, em seus impedimentos.²
Em 1846, a família retornou à Província do Ceará, fixando
residência na capital, Fortaleza. O jovem foi matriculado no Liceu do Ceará,
onde concluiu os estudos preparatórios.
A carreira na Medicina:
Em 1851, ano de falecimento de seu pai, mudou-se para o Rio
de Janeiro, onde, naquele mesmo ano, iniciou os estudos deMedicina na Faculdade
de Medicina do Rio de Janeiro.
No ano seguinte (1852), em novembro, ingressou como
praticante interno ("residente") no hospital da Santa Casa de
Misericórdia do Rio de Janeiro.2 Para prover os seus estudos, dava aulas
particulares de filosofia e matemática.
Obteve o doutoramento (graduação) em 1856, com a defesa da
tese: "Diagnóstico do cancro".1 2 3 Nesse ano, o Governo Imperial
decretou a reforma do Corpo de Saúde do Exército Brasileiro, e nomeou para
chefiá-lo, como Cirurgião-mor, o Dr. Manuel Feliciano Pereira Carvalho, antigo
professor de Bezerra de Menezes, que convidou Bezerra para trabalhar como seu
assistente.4
A 27 de abril de 1857 candidatou-se ao quadro de membros titulares
da Academia Imperial de Medicina com a memória "Algumas considerações
sobre o cancro, encarado pelo lado do seu tratamento".4 O académico José
Pereira Rego leu o parecer na sessão de 11 de maio, tendo a eleição
transcorrido na de 18 de maio e a posse na de 1 de junho do mesmo ano.2
Em 1858 candidatou-se a uma vaga de lente substituto da
Secção de Cirurgia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.2 Nesse ano saiu
a sua nomeação oficial como assistente do Corpo de Saúde do Exército, no posto
de Cirurgião-tenente2 e, a 6 de novembro, desposou Maria Cândida de Lacerda,
que viria a falecer de mal súbito em 24 de março de 1863, deixando-lhe dois
filhos, um de três e outro de um ano de idade.
No período de 1859 a 1861 exerceu a função de redator dos
Anais Brasilienses de Medicina, periódico da Academia Imperial de Medicina. 4
Em 1865 desposou, em segundas núpcias, Cândida Augusta de
Lacerda Machado, irmã por parte de mãe de sua primeira esposa, e que cuidava de
seus filhos até então, com quem teve mais sete filhos.
Por sua postura de médico caridoso, atendendo pessoas que
necessitavam mas não podiam pagar, ficou conhecido como "O Médico dos
Pobres".5 É relatado em suas biografias o episódio que Bezerra doou o seu
anel de grau em medicina a uma mãe para que comprasse os remédios de que seu
filho precisava.6
O médico verdadeiro é isto: não tem o direito de acabar a
refeição, de escolher a hora, de inquirir se é longe ou perto... O que não
acode por estar com visitas, por ter trabalhado e achar-se fatigado ou por ser
alta à noite, mau o caminho e o tempo, ficar perto ou longe do morro; o que
sobretudo pede um carro a quem não tem com que pagar a receita, ou diz a quem
lhe chora à porta que procure outro - esse não é médico, é negociante da
medicina, que trabalha para recolher capital e juros dos gastos da formatura.
Trajetória política No final dos anos 1850, a Câmara
Municipal do Município Neutro tinha como presidente Roberto Jorge Haddock Lobo,
do Partido Conservador. Ao mesmo tempo, Bezerra de Menezes já se notabilizara
pela atuação profissional e pelo trabalho voltado à população carente. Desse
modo, em 1860, em uma reunião política, alguns amigos levantaram a candidatura
de Bezerra de Menezes, pelo Partido Liberal, como representante da paróquia de
São Cristóvão, onde então residia, à Câmara. Ciente da indicação, Bezerra
recusou-a inicialmente, mas, por insistência, acabou se comprometendo apenas em
não fazer uma declaração pública de recusa dos votos que lhe fossem outorgados.
Abertas as urnas e apurados os votos, Bezerra fora eleito.
Os seus adversários, liderados por Haddock Lobo, impugnaram a posse sob o
argumento de que militares de Segunda Classe não podiam exercer o cargo de
Vereador. Desse modo, para apoiar o Partido, que necessitava dele para obter a
maioria na Câmara, decidiu requerer exoneração do Corpo de Saúde (26 de março
de 1861). Desfeito o impedimento, foi empossado no mesmo ano.2 8
Foi reeleito vereador da Câmara Municipal do Município
Neutro para o período de 1864 a 1868.
Foi eleito deputado Provincial pelo Rio de Janeiro em 1866,
apesar da oposição do então primeiro-ministro Zacarias de Góis e dos chefes
liberais - senador Bernardo de Sousa Franco (visconde de Sousa Franco) e
deputado Francisco Otaviano de Almeida Rosa. Empossado em 1867, a Câmara dos
Deputados foi dissolvida no ano seguinte (1868), devido à ascensão do Partido
Conservador. Retornou à política como vereador no período de 1873 a 1885,
ocupando várias vezes as funções de presidente interino da Câmara Municipal,
efetivando-se em julho de 1878, cargo que corresponderia atualmente ao de
Prefeito.
Foi eleito deputado geral pela Província do Rio de Janeiro
no período de 1877 a 1885, ano em que encerrou a sua carreira política. Neste
período acumulou o exercício da presidência da Câmara e do Poder Executivo
Municipal. Em sua atuação como deputado, destacam-se algumas iniciativas
pioneiras: buscou, através de projeto de lei, regulamentar o trabalho
doméstico, visando conceder a essa categoria, inclusive, o aviso prévio de 30
dias; denunciou os perigos da poluição que já naquela época afetava a população
do Rio de Janeiro, promovendo providências para combatê-la.9 Foi membro, a
partir de 1882, das Comissões de Obras Públicas, Redação e Orçamento.
Vida empresarial
Foi sócio fundador da Companhia Estrada de Ferro Macaé e
Campos (1870).² 8 Empenhou-se na construção da Estrada de Ferro Santo Antônio
de Pádua, pretendendo estendê-la até ao rio Doce, projeto que não conseguiu
concretizar (c. 1872).²
Foi um dos diretores da Companhia Arquitetônica de Vila
Isabel, fundada em Outubro de 1873 por João Batista Viana Drummond (depois
barão de Drummond) para empreender a urbanização do bairro de Vila Isabel.
² Em 1875, foi presidente da Companhia
Ferro-Carril de São Cristóvão, período em que os trilhos da empresa alcançavam
os bairros do Caju e da Tijuca.
Militância intelectual
Militância intelectual
Capa do livreto "A escravidão no Brasil e as medidas
que convém tomar para extingui-la sem dano para a Nação", de 1869. A obra
foi distribuída gratuitamente à população.3
Durante a campanha abolicionista publicou o ensaio "A
escravidão no Brasil e as medidas que convém tomar para extingui-la sem dano
para a Nação" (1869), onde não só defende a liberdade aos escravos, mas
também a inserção e adaptação dos mesmos na sociedade por meio da educação.
Nesta obra, Bezerra se auto-intitula um liberal, e propõe que se imitasse os
ingleses, que na época já haviam abolido a escravidão de seus domínios.3
Expôs os problemas de sua região natal em outro ensaio
publicado, "Breves considerações sobre as secas do Norte" (1877).
Alguns indicam que foi autor de biografias sobre o visconde do Uruguai e o
visconde de Caravelas, personalidades ilustres do Império do Brasil. Foi
redator d'A Reforma, órgão liberal no Município Neutro, e, de 1869 a 1870,
redator do jornal Sentinela da Liberdade.2 Escreveu também outras obras, como
"A Casa Assombrada", "A Loucura sob Novo Prisma", "A
Doutrina Espírita como Filosofia Teogônica", "Casamento e
Mortalha", "Pérola Negra", "Lázaro, o Leproso",
"Os Carneiros de Panúrgio", "História de um Sonho" e
"Evangelho do Futuro".3 10
Sabe-se que Bezerra de Menezes era fluente em pelo menos
três línguas além do português: latim, espanhol e francês.3
Militância espírita
Conheceu a Doutrina Espírita quando do lançamento da
tradução em língua portuguesa de O Livro dos Espíritos (sem data, em1875),
através de um exemplar que lhe foi oferecido com dedicatória pelo seu tradutor,
o também médico Dr. Joaquim Carlos Travassos.11
Sobre o contato com a obra, o próprio Bezerra registrou
posteriormente:
"Deu-me na cidade e eu morava na Tijuca, a uma hora de
viagem de bonde. Embarquei com o livro e, como não tinha distração para a longa
viagem, disse comigo: ora, Deus! Não hei de ir para o inferno por ler isto…
Depois, é ridículo confessar-me ignorante desta filosofia, quando tenho
estudado todas as escolas filosóficas. Pensando assim, abri o livro e prendi-me
a ele, como acontecera com a Bíblia. Lia. Mas não encontrava nada que fosse
novo para meu Espírito. Entretanto, tudo aquilo era novo para mim!… Eu já tinha
lido ou ouvido tudo o que se achava no 'O Livro dos Espíritos'. Preocupei-me
seriamente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia: parece que eu era
espírita inconsciente, ou, mesmo como se diz vulgarmente, de nascença."12
Contribuiu para a sua adesão o contato com as "curas
extraordinárias" obtidas pelo médium João Gonçalves do Nascimento
(1844-1916),13 em 1882.
Com o lançamento do periódico Reformador, por Augusto Elias
da Silva em 1883, passou a colaborar com a redação de artigos doutrinários.
Após estudar por alguns anos as obras de Allan Kardec, em 16
de agosto de 1886, aos cinquenta e cinco anos de idade, perante grande público
(estimado, conforme os seus biógrafos, entre mil e quinhentas e duas mil
pessoas) no salão de conferências da Guarda Velha, no Rio de Janeiro, em longa
alocução, justificou a sua opção em abraçar oEspiritismo.10 14 15 O evento
chegou a ser referido em nota publicada pelo "O Paiz".
No ano seguinte, a pedido da Comissão de Propaganda do
Centro da União Espírita do Brasil, inicia a publicação de uma série de artigos
sobre a Doutrina em O Paiz,2periódico de maior circulação da época. nb 1 Na
seção intitulada "Spiritismo - Estudos Philosophicos", os artigos
saíram regularmente aos domingos, no período de 23 de outubro de 1887 a
dezembro de 1893, assinados sob o pseudônimo "Max".nb 2 14
Na década de 1880 o incipiente movimento espírita na capital
(e no país) estava marcado pela dispersão de seus adeptos e das entidades em
que se reuniam.nb 3 Já havia também uma clara divisão entre dois
"grupos" de espíritas: os que aceitavam o Espiritismo em seu aspecto
religioso (maior grupo, o qual se incluía Bezerra) e os que não aceitavam o
Espiritismo nesse aspecto.14
Em 1889, Bezerra foi percebido como o único capaz de superar
as divisões, vindo a ser eleito presidente da Federação Espírita Brasileira.
Nesse período, iniciou o estudo sistemático de "O Livro dos
Espíritos" nas reuniões públicas das sextas-feiras, passando a redigir o
Reformador; exerceu ainda a tarefa de doutrinador de espíritos obsessores.
Organizou e presidiu um Congresso Espírita Nacional (Rio de Janeiro, 14 de
abril), com a presença de 34 delegações de instituições de diversos estados. nb
4 Assumiu a presidência do Centro da União Espírita do Brasil a 21 de abril a
22 de dezembro de 1890, oficiou ao então presidente da República, marechal
Deodoro da Fonseca, em defesa dos direitos e da liberdade dos espíritas contra
certos artigos do Código Penal Brasileiro de 1890.nb 5
De 1890 a 1891 foi vice-presidente da FEB na gestão de
Francisco de Menezes Dias da Cruz, época em que traduziu o livro "Obras
Póstumas" de Allan Kardec, publicado em1892. Em fins de 1891,
registravam-se importantes divergências internas entre os espíritas e fortes
ataques exteriores ao movimento. Bezerra de Menezes afastou-se por algum tempo,
continuando a frequentar as reuniões do Grupo Ismael e a redação dos artigos
semanais em "O Paiz", que encerrou ao final de 1893.2 Aprofundando-se
as discórdias na instituição, foi convidado em 1895 a reassumir a presidência
da FEB (eleito em 3 de Agosto desse ano), função que exerceu até à data de seu
falecimento. Nesta gestão iniciou o estudo semanal de "O Evangelho segundo
o Espiritismo", fundou a primeira livraria espírita no país e ocorreu a
vinculação da instituição ao Grupo Ismael e à Assistência aos Necessitados.
Foi em meio a grandes dificuldades financeiras que um
acidente vascular cerebral o acometeu, na manhã de 11 de abril de 1900.10 Não
faltaram aqueles, pobres e ricos, que socorreram a família, liderados pelo
Senador Quintino Bocaiúva. No dia seguinte, na primeira página de "O
Paiz", foi lhe dedicado um longo necrológio, chamando-o de "eminente
brasileiro".16 Recebeu ainda homenagem da Câmara Municipal do então
Distrito Federal pela conduta e pelos serviços dignos.
Ao longo da vida acumulou inúmeros títulos de cidadania.
Legado
Bezerra de Menezes deu o nome a uma das embarcações a vapor
da Estrada de Ferro Macaé e Campos que, fretado à Companhia Terrestre e
Marítima do Rio de Janeiro, naufragou em Angra dos Reis a 29 de Janeiro de
1891.17 Não houve vítimas fatais.
Com relação ao aspecto missionário da vida de Bezerra de
Menezes, a obra Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, de Chico Xavier,
atribuído ao espírito de Humberto de Campos, afirma:
"Descerás às lutas terrestres com o objetivo de
concentrar as nossas energias no país do Cruzeiro, dirigindo-as para o alvo
sagrado dos nossos esforços. Arregimentarás todos os elementos dispersos, com
as dedicações do teu espírito, a fim de que possamos criar o nosso núcleo de
atividades espirituais, dentro dos elevados propósitos de reforma e
regeneração."18
Bezerra foi também homenageado em Anápolis, Goiás, em 1982,
com o nome de uma escola de ensino fundamental - Escola de 1º Grau Bezerra de
Menezes -, que atende a 200 alunos conveniados com a rede estadual de Goiás.19
Em Fortaleza, capital do estado do Ceará, sua terra natal, há uma avenida com o
seu nome, situada no então distrito que levava o nome de seu pai, Antônio
Bezerra, atualmente desmembrado em vários bairros, sendo a mencionada avenida
situada entre os bairros Parquelândia, São Gerardo e Otávio Bonfim.
Em São José do Rio Preto, SP, o maior Hospital Psiquiátrico,
que atende a toda a região, também leva o nome de Bezerra de Menezes.
O "Kardec Brasileiro
Pela atuação destacada no movimento espírita da capital
brasileira no último quartel do século XIX, Bezerra de Menezes foi considerado
um modelo para muitos adeptos da Doutrina. Destacam-lhe a índole caridosa, a
perseverança, e a disposição amorosa para superar os desafios. Essas
características, somadas à sua militância na divulgação e na reestruturação do
movimento espírita no país, fizeram com que fosse considerado o "Kardec
Brasileiro",20 numa homenagem devida ao papel de relevância que
desempenhou. Muitos seguidores acreditam, ainda, que Bezerra de Menezes
continua, em espírito, a orientar e influenciar o movimento espírita. É considerado
patrono de centenas de instituições espíritas em todo o mundo.21
Filme
A vida de Bezerra de Menezes foi transposta para o cinema,
na película Bezerra de Menezes - O Diário de Um Espírito, com direção de
Glauber Santos Paiva Filho e Joel Pimentel. O elenco é integrado por Carlos
Vereza no papel título, Caio Blat e Paulo Goulart Filho, Ana Rosa, Nanda Costa
com a participação especial de Lúcio Mauro. A produção foi orçada em
aproximadamente R$ 2,7 milhões, a cargo da Trio Filmes e Estação da Luz, com
locações no Ceará, Pernambuco, Distrito Federal e Rio de Janeiro, tendo
envolvido a mão-de-obra de uma equipe de cento e cinquenta pessoas. O
lançamento do filme deu-se em 29 de agosto de 2008.22
Instituições de que foi membro
Efetivo da Academia Nacional de Medicina e honorário da
Secção Cirúrgica.
Instituto Farmacêutico
Sociedade de Geografia de Lisboa
Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional
Sociedade Físico-Química
Sociedade Propagadora das Belas Artes
Sociedade Beneficência Cearense (Presidente)
Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro (Conselheiro)
Companhia Ferro-Carril de São Cristóvão (Presidente)
Companhia Estrada de Ferro Macaé e Campos (Fundador)
Companhia Arquitetônica de Vila Isabel (Director)
Artigos e obras publicadas[editar | editar código-fonte]
1856 - "Diagnóstico do cancro"
1857 - "Algumas considerações sobre o cancro, encarado
pelo lado do seu tratamento"
1859 - "Curare". (Anais Bras. de Medicina v.
1859-1860 p. 121-129)
1869 - "A Escravidão no Brasil, e medidas que convém
tomar para extingui-la sem dano para a Nação"
1877 - "Breves considerações sobre as secas do
Norte"
- "Das operações reclamadas pelo estreitamento da
uretra"
Biografia de Manuel Alves Branco, visconde de Caravelas
Biografia de Paulino José Soares de Sousa, visconde do
Uruguai
1892 - publicação da sua tradução de Obras Póstumas, de
Allan Kardec
1902 - "A Casa Assombrada" (romance originalmente
publicado no Reformador e, postumamente, em livro, pela FEB)
1907 - "Espiritismo (Estudos Filosóficos)"
(coletânea dos artigos publicados em O Paiz no período de 1877 a 1894,
publicada pela FEB em três volumes)
1983 - "Os Carneiros de Panúrgio" (romance
originalmente publicado no Reformador e, postumamente, em livro, pela FEESP)
1946 - "A Doutrina Espírita como Filosofia
Teogônica" ou "Uma carta de Bezerra de Menezes" (réplica a seu
irmão que lhe exprobrava a conversão ao Espiritismo, publicada postumamente, em
livro, pela FEB)
1920 - "A Loucura sob novo prisma" (estudo
etiológico sobre as perturbações mentais, publicado pela FEB)
"Casamento e mortalha" (romance, incompleto)
"Evangelho do Futuro"
"História de um Sonho"
"Lázaro, o Leproso"
"O Bandido"
"Os Mortos que Vivem"
"Pérola Negra"
"Segredos da Natura"
"Viagem através dos Séculos"
Principais obras e mensagens mediúnicas atribuídas a Bezerra
de Menezes através de Divaldo Pereira Franco.
Comunicações nas seguintes obras
1991 – "Compromissos Iluminativos" (coletânea de
mensagens, ed. LEAL)
Através de Francisco Cândido Xavier, comunicações nas
seguintes obras
1973 - "Bezerra, Chico e Você" (coletânea de
mensagens, ed. GEEM)
1986 - "Apelos Cristãos" (coletânea de mensagens,
ed. UEM)
"Nosso Livro"
"Cartas do Coração"
"Instruções Psicofônicas"
"O Espírito da Verdade"
"Relicário de Luz"
"Dicionário d'Alma"
"Antologia Mediúnica do Natal"
"Caminho Espírita"
"Luz no Lar"
Através de Francisco de Assis Periotto, comunicações nas
seguintes obras
2001 - "Fluidos de Luz: ensinamentos de Bezerra de
Menezes" (Ed. Elevação)
2002 - "Fluidos de Paz: ensinamentos de Bezerra de
Menezes" (Ed. Elevação)
2006 - "Conversando com seu Anjo da Guarda -
ensinamentos de Bezerra de Menezes sobre a Agenda Espiritual " (Ed.
Elevação)
Através de Maria Cecília Paiva, comunicações nas seguintes
obras
"Garimpos do Além" (coletânea de mensagens, ed.
Instituto Maria).
Através de Gilberto Pontes de Andrade, duas comunicações na
seguinte obra
"Luz em Gotas" (coletânea de mensagens, ed.
AMCGuedes).
Através de Waldo Vieira, comunicações nas seguintes obras
"Entre Irmãos de Outras Terras"
"Seareiros de Volta"
Através de Yvonne do Amaral Pereira, comunicações nas
seguintes obras
1955 – "Nas Telas do Infinito" (1ª. Parte,
romance, ed. FEB)
1957 – "A Tragédia de Santa Maria" (romance, ed.
FEB)
1964 – "Dramas da Obsessão" (romance, ed. FEB)
1968 – "Recordações da Mediunidade" (relatos e
orientações, ed. FEB)
Notas
Conforme o historiador espírita Silvino Canuto de Abreu. O
cabeçalho do periódico, dirigido por Quintino Bocaiuva, afirmava textualmente:
"O PAIZ é a folha de maior tiragem e de maior circulação na América do
Sul".
A série foi interrompida no Natal de 1893, ano de profunda
convulsão na então Capital, devido à Revolta da Armada, momento em que foram
encerradas todas as sociedades, espíritas ou não. De acordo com Canuto de
Abreu, o conjunto desses artigos constitui-se no maior repertório da doutrina
de Allan Kardec em língua portuguesa. A série não se iniciou com o material de
Bezerra de Menezes, mas com dois artigos assinados por "Sedório", na
Secção Livre do periódico: "A Doutrina Espírita", na edição de 9 de
outubro e "Os Fatos Espiríticos", a de 16 de outubro. Em 1889 foi
editada pelo Centro da União Espírita do Brasil uma série com 69 artigos
publicados em "O Paiz". Posteriormente, a FEB publicou uma série com
316 artigos, de 1887 até 1893, em livro (três volumes), sob o título
"Espiritismo: estudos philosophicos", publicados na cidade do Porto,
em Portugal, em 1907. Mais recentemente, o jornalista e político espírita José
de Freitas Nobre reuniu os artigos de Bezerra de Menezes na grande imprensa,
publicando-os pela EDICEL em três volumes, de 1977 a 1985, com o título de
"Estudos Filosóficos".
Entre eles, destacavam-se na Corte, à época, a Sociedade
Acadêmica Deus, Cristo e Caridade (antiga Sociedade de Estudos Espíritas Deus,
Cristo e Caridade), o Grupo Espírita Fraternidade e o Centro da União Espírita
do Brasil, além da própria Federação Espírita Brasileira.
Embora com participação relativamente reduzida, o encontro
teve o mérito de reconhecer o sistema federativo, por preservar a autonomia das
instituições que o integram, como o mais adequado à estruturação do movimento
espírita no país.
O Código Penal de 1890 foi promulgado pelo Decreto nº
22.213, de 14 de dezembro do mesmo ano, mas só entrou em vigor seis meses após
a sua publicação. Os seus artigos nºs. 157 e 158 proibiam expressamente
"praticar o Espiritismo" e "inculcar curas de moléstias curáveis
ou incuráveis", o que afetava diretamente as atividades das sociedades
espíritas, cuja prática de receituário mediúnico homeopático era muito
difundida à época.